
A admoestação que apazigua as tensões, que mistura encantos e ilusões de um debate avexado e deslineado, reconstituído sobre os pilares de permanência histórica sufocante, e muito delicada.
Afinal de contas, que modernização se pretende propor a uma sociedade marcada por rijas paredes do labirinto das civilizações?
O gato esperneia à primeira ameaça de banho.
São quase 200 milhões de almas e mais 510 anos de forjamentos e identidades artificiais, parcelas monolíticas, ou megalíticas, a esmagar os chios e choros que ecoam nos sertões, nas grandes e pequenas cidades.
Sem dar conta, em sutis comportamentos(ou algumas vezes medonhamente escancarados) no quotidiano da "nação inventada" com pretensões de futurismo e arrojo, são levantadas facetas da cultura colonial, da Casa Grande e da Senzala: um destrato do garçom no café, uma gargalhada da cena de tortura de um filme, uma abominável exaltação de nomes e titulações, uma símia idolatria acadêmica de ícones estrangeiros, e uma repulsa incontida a palavras como "social", "reforma agrária", "bolsa família", "assistência", "inclusão", "cotas" e "emancipação".
A ferida, recoberta por uma casca de anos, latente, à espera de oportunidade para expelir sangue e pus, ao primeiro toque verdadeiramente incidente. Ou esperar sua morosa cicatrização, constantemente ameaçada por infecções quotidianas.
Seu texto cresceu de lá para cá. Percebe que li quase todos os posts? E nem comentei todos que tive vontade.
ResponderExcluirMantenha o ritmo da produção...
Perceba o "paganismo musical" aqui:
ResponderExcluirAstor Piazzolla e a Orquestra Sinfônica de Colônia.
http://www.youtube.com/watch?v=VTPec8z5vdY
Adoro quando alguns gênios rompem as finas paredes entre a música popular e a erudita. Com classe.