
Mais uma luz se apaga, diminuindo os faíscas do século XX que nos restam nesta nova década.
Nouvelle Vague, Goddard, Truffaut, breves inspirações de um cinema reverberante, esgoelado pela juventude ansiosa, recém saída de sua libertação sexual, moral, intelectual. Os anos da Primavera de Praga, de Woodstock não poderiam esperar do semblante sóbrio da Paris envaidecida de intelectualóides coisa diferente de um profundo desapego a narrativas lineares, a roteiros repletos de cadência precisa e de um menosprezo dos atores da velha geração.
Rompíam-se as cordas para mais uma manifestação de ousadia altiva.
Hoje, rompem-se as cordas que fragilmente ligam os círculos da arte a esferas ou níveis de intimidade com a política ou com as moribundas ideologias (será mesmo?) de nosso século. Quase nunca pela abordagem das entrelinhas, implícita, como fazia o cinema de Rohmer, por meio de personagens cujo ponto de referência era seu próprio discurso.
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