"Sabe o que é? Nunca procurei respostas. As perguntas, elas sim, me incomodam: ressoam, reverberam, ricocheteiam. É tipo um masoquismo da dúvida."

sábado, 2 de janeiro de 2010

Tantos augúrios!

Dizer "olá" nunca basta. Como aquelas interjeições de telefone: "alô", "oi", "ei". Uma curteza que desmerece a infinitude dos conteúdos possíveis de uma conversa. Mas um princípio é necessário, para qualquer coisa. Ainda que esdrúxulo. Não viemos do pó, segundo as Escrituras?

A boca do lobo, dizem, é uma expressão que na Itália (in bocca al luppo)se diz para desejar boa sorte. Não sei o que há de boa sorte em estar à beira de uma bocarra carnívora, cheia de dentes. Se fosse um lobo banguela, tudo bem. Em português, no entanto, a expressão é usada para designar situações arriscadas: se meter na boca do lobo, ou entrar numa fria.

Num planeta que inventou "indivíduos", e não "comuns", fica fácil designar homens como lobos de outros. E riscos distribuídos aos montes. Vale a pena arriscar-se nisso tudo? Viver é um risco, já dizem muitos. Sorte ou risco, no balanço da corda bamba da vida em sociedade.

Sejam bem vindos.

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