"Sabe o que é? Nunca procurei respostas. As perguntas, elas sim, me incomodam: ressoam, reverberam, ricocheteiam. É tipo um masoquismo da dúvida."

sábado, 1 de janeiro de 2011

E deste lado, sentado, com as esperanças quase sem caber em mim. Acho que foi a grande lição que tenho tido nesta vida: jamais perdê-la, a esperança. Soa um pouco idiota esses balanços de passagens de ano, mas posso dizer com algum conforto que foi um ano de aprendizado. Aprendi a não me tornar escravo do que sinto, a não esperar acao daquelas pessoas de quem algum dia acreditei que sairía qualquer gesto direto, rápido, certeiro como uma pancada de confianca, reciprocidade, vontade.

As pessoas se resvalam em seus fluxos de continuidade, imprecisao. Se afogam em seus compromissos. Por vezes esquecem de ser o que mostravam ser antes de mergulharem num mundo de ilusoes, abracadas a memórias perdidas, a presentes perdulários, e quase nunca a futuros de esperancas.

É dele que falo! O presente é realmente um presente. É somente o que temos. O que se foi está lá, perdido, entre um canto e outro de apego, de memória, uma reconstituicao. É passado, particípio. O futuro só é esperanca, pois ninguém tem bolas de cristal, e causalidade nao é obviamente lei universal num mundo de caos. 

Resta a qualquer pessoa seu presente, e diante de insatisfacoes, a esperanca. 

E no primeiro de janeiro de 2011, refiz meu compromisso com minha esperanca. E vi a primeira mulher tomar posse no cargo de presidente do Brasil. 

Um comentário:

  1. Sempre a esperança! E quanto ao passado deixo aqui uma gota de esperteza do meu pai: "quem anda por aí olhando pro passado e pro futuro fica estrábico"

    A propósito: "Aprendi a não me tornar escravo do que sinto, a não esperar acao daquelas pessoas de quem algum dia acreditei que sairía qualquer gesto direto, rápido, certeiro como uma pancada de confianca, reciprocidade, vontade."

    Sempre a dúvida.

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